terça-feira, novembro 30, 2004

obrigado, senhor presidente

o Presidente da República vai dissolver o parlamento. a plateia, os actores e equipa técnica agradecem efusivamente esta prenda de natal antecipada. o país merece.

a frase do dia

"Errar é humano, insistir no erro é americano."

o novo diário da bridget

um filme mais. bem ao estilo britânico, bem in love. vi, ri e gostei. ao estilo do também britânico e apaixonado "love actually is all around", dá para passar um serão bem descontraído. o argumento é demasiado básico, dirão alguns, mas, num mundo tão complexo como o de hoje, é bom sonhar com a vida da "nossa" Bridget Jones. afinal, o amor pode estar em qualquer lado, sejamos nós o que formos, e por si só tornar a realidade bem mais feliz. no final do filme, trago comigo uma certeza: os sorrisos podem ser bem mais simples.

catedrais

são locais de culto. locais de eleição de milhares e milhares de pessoas. por fé, por vício, por distracção. a grandiosidade dos espaços. a escolha humana.
passei por Fátima. a sua catedral, a fé, a devoção, o intimismo e a sensação de uma presença... divina, dirão alguns. critico o aproveitamento consumista do templo, mas mesmo assim admiro o espaço. a multiplicidade de raças, de ideias, de confissões, de cultos, de devoções, de nacionalidades, num espaço único. mesmo sem grande convicção no dia a dia, teimei em queimar uma vela... significa o que significa, mas a sensação é de conforto e bem-estar. catedral da fé.
terminei no Carregado. o campera, o "outlet das grandes marcas", fervilha de gente. devoção, dirão alguns. o tempo é de crise e os preços baixos convidam à visita. são imensos os casais, imensos os sacos de compras, imensa gente em tudo quanto é loja, seja ela do que for. catedral do consumo.
pois, catedrais diferentes, mas ambas escolhas da pessoa humana. como manda o século.

sábado, novembro 27, 2004

a caminho da noite

"hoje eu vou ficar por aqui
não esperes por mim
eu já te dei mais do que eu sei
eu já fui já andei
não esperes por mim
e tudo o que eu queria
um tempo para mim
sabes bem que é inutil mudar
que o tempo faz parte de mim
hoje vou ficar
hoje quero ir
ao fim desse olhar
só para te sentir"


palhaçada cultural

"UE: 10 ministros propõem acrescentar Carta da Cultura à Constituição Europeia
A encerrar a Conferência de Berlim sobre Política Cultural Europeia, ministros da Cultura de 10 países europeus propuseram hoje que se acrescente à Constituição Europeia uma Carta da Cultura." in Agência Lusa.
Muito lindo! E, pergunta o actor, isso resolve os problemas que hoje em dia assolam, em grande escala, várias agentes e promotores da cultura em Portugal? Se em Portugal nem sequer há uma política concertada para o sector?! A bem da verdade, até temos um Ministério da Cultura, mas alguém sabe o que faz? E para onde vai o dinheiro?
Mas, enfim, é mais fácil assinar Cartas e Protocolos do que pô-los em prática. E está tudo dito.
PS: Este não é habitulamente o registo das palavras neste teatro, mas, desculpe-me a plateia, eles inventam cada uma que eu fico chateado, é evidente que fico chateado.

marioneta do amor

no DNa, como sempre, li esta bela frase da grande estrela do cinema europeu Hanna Schygulla: "o meu mais belo sonho é tornar-me uma marioneta do amor". parei a leitura e reli uma vez mais: "uma marioneta do amor". adorei ou não fosse eu o fiel autor de tantas das palavras deste teatro. e à mesma senhora fui buscar a explicação: "é o amor que me puxa os cordelinhos, que me motiva, sobre todas as suas formas". ponto final. olhei o céu para lá do vidro. estava cinzento, "vem lá chuva", ouvi dizer. e sonhei um dia cumprir o sonho da Hanna. tornar-me uma marioneta do amor... eu e todas as pessoas que, já hoje, são marionetas... embora hoje os seus cordelinhos sejam puxados por interesses bem menos importantes. para pensar e sonhar.

sexta-feira, novembro 26, 2004

sorrisos

"Distribuir sorrisos através de palavras…" in Delírios2004
É o que tento fazer. E está tudo dito.

palavras lidas

"ANEDOTAS SOBRE LOURAS
A Hungria poderá aprovar uma lei que proíbe as anedotas sobre louras.

De facto, no Parlamento de de Budapeste deu entrada uma petição entregue por um grupo de louras que assim protestam contra o que afirmam ser uma autêntica discriminação “no mercado de emprego, no local de trabalho e mesmo nas ruas”. “Se é proibido discriminar judeus ou negros, por que não dar a mesma protecção às louras?” – afirmou uma porta-voz do movimento, a ‘louríssima’ Zsuzsa Kovakcs." in
Correio da Manhã
Ai se os nossos compadres alentejanos sabem...

bom dia, sexta-feira

é mesmo isso. um bom dia. com a certeza de que amanhã é fim-de-semana. com frio, sol ou chuva. para descansar, para brincar, para passear, para dormir agarradinho a ti, para nós. bom dia. para todos.

quinta-feira, novembro 25, 2004

páginas brancas

"A tela que utilizas é nada mais, nada menos que a folha de papel aberta em branco, pronta para ser pintada!" Deixa-me pintar nesta tela o meu palco. O palco vazio, o palco branco ou preto, o espaço do nada. Onde, como em qualquer folha branca, o tempo se dá às nossas mãos. Ali, desenhamos espaços, cenários quentes ou frios, urbanos ou rurais, de interiores ou exteriores. E com as cores das tintas e das madeiras, nasce a vida. Como a vida que desenhamos no papel. "Espero que os momentos com que olhas os olhares dos outros se tornem nesta folha cores singelas e quem sabe aqui encontrarás o teu terreiro das emoções!" Aqui, nas páginas brancas que me ofereces, bebo as palavras e a vida que dou aos palcos. Porque o palco também é um terreiro das emoções. Emoções que não vivemos, mas que sentimos. Emoções como as que as tuas palavras, serennablack, me fizeram sentir. Porque na vida, no palco, nas páginas que vamos preenchendo, sabe bem saber das palavras dos que nos olham. Com carinho.

terça-feira, novembro 23, 2004

guerra aberta

pois é, meus amigos, a mente humana é lixada. em português corrente, fodida mesmo. no amor então, ui, meus senhores, o que esta desgraçada faz ao corpo. se gosta, entrega o corpo, a alma e a vontade, quando não a vida por completo. nas mãos, nas tuas mãos, nessas mãos que me acolheram noites e noites e me acariciaram em tantas manhãs. depois, que puta de mente, de vida!, descobri num olhar o prazer que as tuas mãos, o teu corpo se ia recusando a dar. por minha culpa, por tua culpa, por nossa tão grande culpa. ámen. e fui, perdido, mas fui. a mente enganou o corpo e o corpo gostou. findo o primeiro acto, descobre-se a verdade. é das tuas mãos, do teu corpo que eu preciso e que já não tenho. e a minha mente dá-me lágrimas e o corpo o arrependimento. mente vs corpo. está a guerra aberta. num lar perto de si.

domingo, novembro 21, 2004

neste domingo...

o sol está quente e o rosto sente. para cá da janela o dia está mágico. no descanso do fim de semana, sento-me frente às palavras e delicio-me com elas. vejo o meu gato, espreguiçar-se, enquanto dorme o sono dos justos. a rua deserta, o céu de um azul ténue e o sol que brilha o briho do Outono. lá fora está frio. adivinham-se os fumos nas chaminés, as luzes a piscar nas varandas, as compras apressados ao fim do dia... vem lá o natal! enquanto isso o autor relembra o sabor das castanhas, nas acabadas festas de São Martinho, e dá graças aos deuses por estar vivo. ao sol. neste domingo...

O terreiro das emoções

Esta manhã levei-me ao aeroporto. Lá, entre as partidas e as chegadas, check-ins and gates, malas, malotes e sacos de mão, travei conhecimento com as emoções. Lágrimas de quem parte e de quem fica, lágrimas de quem chega e de quem já cá está. Abraços sentidos. “Todas as cartas de amor são ridículas”, dizia o poeta, e elas transformam-se em acções quando há amor. Provavelmente ridículas também, mas sentidas. E isso é o que importa. Vejo namorados que se despedem com beijos doces perdidos entre lágrimas. Imagino-me pintor diante do “momento”, mas não tenho telas nem pincéis. Apenas o olhar, o meu olhar perdido, no terreiro das emoções. Porque ali elas são sentidas. Sem convenções. Todos os dias, a todas as horas, nos aeroportos do Mundo.

Dia da memória

Da fraca memória. Dos pés pesados. Das velocidades inconscientes. Das manobras perigosas. Das mil e uma campanhas de sensibilização. Da realidade nua e dura, esquecida todos os dias na estrada. Das vítimas. Porque um volante não é um meio de afirmação, mas antes a “triste” projecção do homem diante de si mesmo: uma besta. Até quando?

quinta-feira, novembro 18, 2004

o espírito da dança

22h. Grande Auditório do CAE. Spirit of the Dance.
“Spirit of the Dance” é considerado um dos maiores espectáculos de dança de sempre, e um dos que mais êxito colheu a nível internacional, batendo recordes de bilheteira em todo o mundo. Trata-se de uma fusão da cultura irlandesa com diferentes ritmos e danças do mundo como o Tango, Flamenco, Salsa, Tap ou Jazz, e tem a particularidade de incluir no seu set alguma da cultura popular dos países por onde passa. Distingue-se ainda pela extrema qualidade dos seus bailarinos, campeões do mundo de dança irlandesa, que executam os seus passos com uma destreza e precisão impressionantes. A par com um vestuário deslumbrante, vão criando, assim, imponentes coreografias onde sobressaem igualmente uma espectacular iluminação e uma música poderosa, que fazem continuamente vibrar o público. Como alguém já definiu, “Spirit of the Dance” é “a apoteose num palco”.
in CAE
Eu vou.

o princípio do fim

avante, camaradas, avante...
lutam, defendem valores, acreditam em ideais e são...
e no fim, depois de tudo, do sofrimento, das fugas, das torturas e das censuras, são livres num país livre.
e mesmo assim suicidam-se.
é o argumento de uma candidatura à liderança de um partido com mais de oitenta anos de história, num congresso que promete ser dos últimos.
a vida só acaba quando não a reanimamos. quando não lhe damos oxigénio, novo sangue.
é por isso que, como diz o Amicus Ficaria, estas eleições são eleições para "coveiro".
resigno-me.
afinal, não há pior cego que aquele que não quer ver.

quarta-feira, novembro 17, 2004

nervos à flor da pele

Há pessoas calmas, outras nem por isso.
Há pessoas pacíficas, outras nem por isso.
Há pessoas coerentes, outras nem por isso.
Há quem fale de menos, há quem tenha garganta a mais.
Há quem acuse injustamente, há quem seja injustiçado.
Há quem compreende, há quem faz por não compreender.
Há pessoas más, há pessoas boas.
Há pessoas de quem gosto, há pessoas de quem não gosto.
Há este mundo, há esta vida.
À que aguentar... e ser feliz! Sem stress!

terça-feira, novembro 16, 2004

é preciso viver

é preciso coragem.
parar para responder.
seguir a viagem.
e voltar sen ninguém saber.

respirar. inspirar. expirar.
e vão os minutos, voam as horas
pássaros sem asas
livres sem céu

é preciso coragem.
secar as lágrimas.
sorrir com o sol.
e acreditar que amanhã será diferente.

segunda-feira, novembro 15, 2004

a emersão da consciência

quando a verdade se reveste de nós, aguda-se um problema: a consciência.
e ela tantas e tantas vezes nos atraiçoa o orgulho, nos maltrata o corpo, se reveste de angústias, ansiedades, se apodera do tempo e faz de nós o que nós não conseguimos fazer dela...
no amor, na verdade, no ódio, na amizade, no perdão e na saudade.
quando a consciência se faz lembrar, tenho medo. lá se vai o meu orgulho.
e não sei se hei-de responder certo ou fazer errado. pelo que o coração quer ou pelo que a sociedade impõe. falta-me a coragem...
e no fundo, adoro a vida. vá-se lá saber porquê...

sábado, novembro 13, 2004

o tempo que passa

o dia passou. o sábado perfeito do verão de são martinho. quente ao sol, frio à sombra. infelizmente não dei ao
corpo e à alma o descanso que já mereciam.
hoje, abro os olhos, e vejo que passaram inúmeros actos sem ter dado por isso. uma semana inteira de tempo e o tempo passou por mim sem acenar. passou simplesmente.
a vida é efémera. ponto final.
acreditemos que o domingo será melhor. vamos a ver...

segunda-feira, novembro 08, 2004

um péssimo argumento

hoje a verdade é novamente cruel.
o responsável pelo argumento não acerta uma para a caixa. e eu começo a ficar deveras preocupado.
alguém reparou no que a SIC noticiava hoje, em rodapé, ao final da tarde? era mais ou menos assim:
"reformados... empregados! o Governo propõe que os reformados até aos 70 anos possam vir a poder trabalhar em part-time!"
Desculpem lá! Ou eu tenho andado muito distraído ou é verdade que o número de desempregados aumenta a cada dia? Principalmente, jovens e recém-licenciados? E querem dar emprego aos velhotes que, durante toda a vida, já se fartaram de trabalhar?
Desculpe lá, senhor argumentista, mas assim não há público que compre este teatro!
E as palmas ficam no silêncio...

nesta "noite escura"

Paulo Branco apresenta, João Canijo realiza.
Uma "noite escura" numa casa de putas. Rita Blanco, Fernando Luís, Beatriz Batarda em magníficas interpretações. Um retrato cruel, nú, duro e verdadeiro da noite. Do tráfico de mulheres, dos pagamentos com o corpo e com a alma. A verdade nua e dura.
Vale a pena chocarmo-nos. Ouvir o português mais ordinário e tirar as conclusões que devemos. Despir a hipocrisia, retirar a venda dos olhos e aceitar algumas verdades.
Num domingo à noite sabe bem deixar o palco e dar lugar às emoções em 35 mm. Pelo prazer da sétima arte. Em português.
Porque hoje já é segunda-feira outra vez. Para o que der e vier.

sábado, novembro 06, 2004

as palavras do pintor

às vezes na plateia encontramos pessoas realmente fantásticas. Exemplos. Flores. Pássaros. Aves. Resistentes. Donos do tempo. De nós. Das experiências vividas...

e é um prazer ouvi-las. Receber os seus comentários calmos, certos, num tom carinhoso, quase meigo... E embebedarmo-nos nas suas palavras. E, porque não confessá-lo, também nas imagens que faz reflectir nas telas.

nos seus desenhos de paisagens, de barcos, de rios e de arbustos. Da ponte que passa o Mondego, visto daqui e dali e ainda do outro lado, de uma águia que sobrevoa o oceano e deste ou daquele pescador de fim de tarde... As cores são quentes e aconchegam-nos.

do alto dos seus oitenta anos, encanta-nos com as palavras e as cores. Hoje tive o prazer de falar com ele. Falámos de pintura, vejam só. O abstrato, o real. Contou-me a lenda do rei sem camisa e eu ri. Concordei também.

para ver e ouvir no CAE. Norberto Guimarães, até 14 de Novembro.

sexta-feira, novembro 05, 2004

santo dia, depois que acaba...

É assim todas as sextas. Larga-se a mesa do escritório e, com um sorriso largo, lançamos a mais feliz das frases aos desgraçados que ainda ficam: "bom fim de semana!" Para eles há-de ser bom concerteza. Pelo menos não terão que nos aturar as manias, o fumo dos cigarros, as piadas infelizes e todo um conjunto de tristes qualidades que nos formam a personalidade e nos hão-de acompanhar até à bendita morte. Enquanto isso, nós, bem felizes, saímos, respiramos o ar da rua como se fosse o mais doce dos aromas, e preparamo-nos para esses dias de descanso. Sábado e domingo. Como é bom... Que o sol nos acompanhe.

quarta-feira, novembro 03, 2004

burro sim, americano nunca...

Podia ser um drama de autor. Podia ser uma tragédia clássica. Podia ser uma piada de mau gosto, de muito mau gosto mesmo. Podia ser simplesmente um pesadelo. Mas não é. É real e a mais pura das verdades. Nua, crua e dura.
Mas vamos aos factos, à história da peça. Tudo se passa do lado de lá do oceano, lá onde o sol se esconde todos os fins de tarde, pensava eu que com vergonha do que via do lado de cá, mas descobri hoje que o faz porque é, acima de tudo, estúpido na verdade. Tudo ronda à volta de uma "palhaçada" mediática, vulgo eleições, e que leva milhões de pessoas a fazer uma escolha. As opções são simples: ou se escolhe o mau ou o muito mau. Resultado: vence o péssimo.
Moral da história: a fast food é responsável, para além dos elevados graus de obesidade de toda a população, pelo massacre de milhões de neurónios. Só isto explica o fim da peça.
A terminar, lembra o autor, em nota de rodapé, as sábias palavras de quem, em tempos longínquos, baptizara aquela terra de Estados Unidos da América: "os americanos lá sabem o que é melhor para eles". E nós, do lado de cá, simples actores, homens do Mundo, arriscamos, com humildade, uma profecia: "estamos fodidos!"

Ricardo Manuel Santos

segunda-feira, novembro 01, 2004

todos os santos

Lá vão eles todos catitas de mão dada como as crianças no jardim-escola. Só lhes falta mesmo o bibe de cor uniforme, seja ela qual for, azul, verde, castanho ou mesmo amarelo. Estes, os que vão de mão dada, usam trajes mais sumptuosos de acordo com a sua categoria e com a sua autoridade. Afinal, hoje é o dia deles. De todos eles. Notaram alguma inveja nas palavras do actor? Pois é, ele não consegue disfarçar, mas não se conforma com estas injustiças humanas. Ou serão divinas? Afinal todos eles, os santos claro, têm um dia cada um e ainda lhes cabe um dia para todos eles juntos! Ora bolas, então e nós os actores? Também podemos ser santos, basta ser esse o entendimento do autor. E quando é o nosso dia? 27 março, dia mundial do teatro? Pois sim, esse é do teatro e do actor quando é?
Mas voltemos aos santos, os que vão de mão dada, todos eles ao cemitério. Vão velar os mortos, aliás como toda a humanidade. Carregam fardos de flores, inflacionadas no preço como mandam as economias e no valor sentimental como mandam as almas. Almas essas que durante o ano vagueiam ao lado delas, malmequeres, rosas, cravos, camélias, gerberas, gladíleos e tantas outras, de todas as cores e feitios, indiferentes, felizes ou tristes. Vem lá o dia, este o dia de todos os santos, e todos, como por magia, se recordam dos seus mortos e vão velá-los. Coitados dos pobres defuntos, nem depois de mortos se livram da hipocrisia da sociedade.
E os santos? Esses lá vão felizes, indiferentes a tudo. Afinal hoje é o dia deles e para alguma coisa são santos.
Ricardo Manuel Santos