sábado, fevereiro 03, 2007

depois

um tsunami altera sempre qualquer coisa. e então quando as nossas vidas, pacatas e familiares, divididas entre as compras do fim-de-semana, os jantares de família e os cafés no sítio do costume, se vêem, de repente, envolvidas num as consequências podem ser – e são sempre, de certa maneira – desastrosas.

vem isto a propósito das folhas que caem no meu quintal. ou melhor ainda das árvores que ali continuam completamente despidas de cor.

a ruptura das relações conduz-nos sempre a uma estrada estranha, com curvas sinuosas e destino incerto. podemos até seguir no conforto do carro de sempre, mas os cheiros e as cores são sempre diferentes. o ambiente sufoca-nos num caminho que preferíamos não ter que percorrer.

quanto de coragem e de força teremos que angariar para que o mundo volte a sorrir?

imagem: [«Horizontes», António Manuel Pinto da Silva]