angústia e revolta. à minha frente um buraco negro, fechado numa circunferência de metal, dita-me, sem piedade, um futuro que já não é este, mas outro. diferente, sempre diferente.
por dentro ferve uma revolta contida, azedasse-me o olhar e sinto picos de dor dentro da minha cabeça. não está nas minhas mãos [nestas mãos a quem devo a obra] moldar o rio que, enfurecido, se estende na minha direcção.
impotente, aqui fico. espero de pé, mas sou incapaz de não chorar. a frieza dos números são gelo dentro de mim. há um corpo e sangue quente aqui! mas parece que ninguém se lembra...
sinto-me marioneta anónima à espera da dor final, carimbada e assinada como na Idade Média. tento erguer a armadura da maturidade, mas, por mais que me esforce, são as lágrimas que me vencem.
por dentro ferve uma revolta contida, azedasse-me o olhar e sinto picos de dor dentro da minha cabeça. não está nas minhas mãos [nestas mãos a quem devo a obra] moldar o rio que, enfurecido, se estende na minha direcção.
impotente, aqui fico. espero de pé, mas sou incapaz de não chorar. a frieza dos números são gelo dentro de mim. há um corpo e sangue quente aqui! mas parece que ninguém se lembra...
sinto-me marioneta anónima à espera da dor final, carimbada e assinada como na Idade Média. tento erguer a armadura da maturidade, mas, por mais que me esforce, são as lágrimas que me vencem.
foto: ["silêncios de um olhar", António Araújo, 13.07.05]