domingo, outubro 31, 2004

agarrem-no (Acto I)

A peça já vai longa. As emoções andam à flor da pele. É um diz que disse, ao som das deixas lançadas pelo ponto, que atiçam a personagem. E ela, a dar corpo e alma ao mau da fita, lança do pior que há em si, e quem sabe nos Homens todos, e lança o pânico sobre o palco da acção. Vidros partidos, mesas reviradas e tudo isto num sábado à noite. Vêm os polícias, que quase sempre têm lugar nestes enredos, e, sob a ameaça de um cacetete bem mandado, lá vêm por tudo em pratos limpos - dos que sobraram, é claro - e dá-se por encerrado o acto. O intervalo dá para mil e um comentários, frases exclamativas, interrogativas e, porque não, imperativas. Até à próxima acção. A vida é mesmo assim. Imita o teatro e dá aos homens os mais ridiculo dos papéis: o seu. Ao vivo e a cores.
Ricardo Manuel Santos

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