terça-feira, maio 03, 2005

acreditar

há sonhos que não passam dos primeiros raios de sol. finam-se nas manhãs, perdidos nas loucuras da noite, entre um suspiro e uma estrela mais brilhante. os sonhos não gostam de dúvidas.

senti naquela hora que as minhas lágrimas sabem a sal. pude ver o meu rosto feliz reflectido nas palmas e nos sorrisos da plateia. nos abraços que se seguiram senti o reconhecimento e o cansaço, pela primeira vez, deu lugar à paz.

como é bom ver as luzes que se apagam depois das emoções vividas, depois dos sons nos trazerem de novo ao pequeno teatro. a verdade é que as pancadas de Molière ouviram-se mesmo. o texto batido ao longo dos dias vestiu-se de formas, ganhou voz e soube até questionar a verdade. porque é disso que se trata: uma verdade que dói.

se fosse fadista hoje cantaria. valeu a pena. pois é, vale sempre. porque há deles - os sonhos - que se realizam. basta não desistir e acreditar.

e é isto que, sem dúvidas como nos sonhos, faremos sempre que subirmos ao palco. até que a alma nos doa.

num palco escondido por aí. teatro de amadores, mas só porque quem faz também ama e sofre.

11 comentários:

isa xana disse...

lembrei que muitas vezes escutei que a Vida é como um palco, e vejo a minha vida como uma peça de teatro nesse tão grande palco;)

bonitas as tuas palavras... são-no sempre;)

bêjo

Anónimo disse...

Que sensaçao boa...fantastica mm...belo texto :)

Anónimo disse...

ah e tal porque e jovem!!!!!lololol

Pois e parece k temos escritor na area...... continua, as tuas palavras tocam-me prófundamente

Fica Bem!!!!!!!
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Se o Senhor me perdoar...Tambem tu me perdoarás!!!!!!

Hearthy Lovin Greens disse...

A vida é o nosso maior palco onde damos trambolhões e gargalhadas com muitas pessoas a verem-nos. Se eu soubesse cantar, cantaria até que os microfones explodissem de notas. se soubesse falar, recitaria 1382 poemas e prosas por recitar. Se agora me pudesse traduzir por lágrimas, afogar-me-ia em sal e pétalas, humidas como o vento.
o céu fica na nossa aldeia, aldeia essa que conquistaremos.

*

SL disse...

Teatro amador acho que é do mais bonito...já fiz, mas embora sinta a paixão só consigo ficar pelos bastidores a roer as unhas e a sentir o nó no estômago.
Jinhos

Å®t Øf £övë disse...

Tudo o que se faz de uma forma amadora é sempre feito muito mais puro e com muito mais amor.
Gosto da tua escrita.
Abraço.

Raio de Sol disse...

sei o que sentes... a adrenalina que se sente após as pancadas de Moliere, termina com a paz alucinante da escuridão do palco... e sonha-se com isto... jinhuz

BlueShell disse...

Percebo-te! esse sentir...essa dor...essa paz...Oh se percebo!...

Abraço apertado, BShell

Paulo Dâmaso disse...

Um grande abraço

Delírio da Loirinha disse...

Olá!
:)
Beijinhos doces

Rosa Cueca disse...

Por acaso relembraste-me os meus tempos de teatro :)
Beijinho