
o poeta que me acompanha deu-lhe um apelido curto e simples. fala em quatro letras e num termo que qualquer aluno da quarta classe facilmente faria rimar com dor, calor, ardor ou mistério. a verdade é que para os que se dizem adultos esta palavra é mais difícil de compreender [e aceitar] do que para qualquer criança.
entre uma partida e uma chegada, as ondas trazem-me o som abafado e quente do Represas, descrevendo com uma simplicidade extrema a complexidade dos meus sentimentos. diz ele que “às vezes até parece que amamos fora de mão”. o certo é que mesmo sabendo do risco de ficar irrevogavelmente inibido de conduzir existe esta força gravitacional que me impede de fazer inversão de marcha.