
comecemos pela oposição, cujo líder [Marques Mendes] lhe “parece uma coisa estranha” (!?) e que afirma só seria um bom primeiro-ministro se a cadeira do poder lhe provocasse “uma revolução hormonal”. será? quanto a Santana Lopes espera “que se explique às crianças como se pode chegar a primeiro-ministro sendo um imbecil”. e mais nada!
este senhor também não fala, nem cumprimenta o Senhor Presidente desta República, cujo sistema político apelida de plutocracia, ou seja, o governo dos ricos para os mais ignorantes.
depois pede encarecidamente ao incauto jornalista para não lhe contar os euros arrecadados com o prémio nobel e arremata com uma verdade basilar: não é Sócrates quem nos governa! “não é?”, questiona incrédulo o entrevistador, e eis a pronta resposta: “de onde você veio? de que planeta caiu?” sim, porque, quem manda – e muito bem dito! – são os grupos económicos e as multinacionais.
a terminar, ficamos a saber que “nunca houve comunismo no mundo” e a conhecer o gosto de Saramago pela inversão de posições entre entrevistador e entrevistado: “não gosta da palavra ‘globalização’”?, quer saber o escritor. o jornalista diz que não tem nada contra e pronto: “era só para saber”, afiança o nobel.
eis o retrato fiel de alguém que, aos 84 anos, ainda aí está para as curvas. porque quem fala assim, não é gago, não senhor.
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