quarta-feira, dezembro 01, 2004

o (re)nascimento de um palco

eu gosto do verbo nascer. vir ao mundo; começar a ter vida no exterior, diz-se no dicionário. dar de si aos outros. apresentar-se. para um actor, para o teatro, ver o nascimento de mais um palco é ver surgir uma incubadora de vida. uma estufa de atitudes, sentimentos, gestos e olhares. ali a vida faz-se de muitas vidas. o suor é dado com amor, com entrega, com paixão. as vidas irrompem-nos o corpo e a alma, tomam conta de nós e dão-se aos outros. por isso o verbo nascer é para mim sinónimo do verbo dar. foi pois com emoção que vi o (re)nascer do palco do Grupo Caras Direitas, em Buarcos. novinho em folha, com tudo aquilo a que tem direito, com todas as condições de vida, para quem nele quiser viver. basta agora, para dar razão à minha emoção (e ao dinheiro gasto), que nele se construa um projecto de vida, como a associação, os sócios, os figueirenses e o teatro em geral tanto desejam e merecem. sim, porque uma vida quer-se vivida. com prazer e humildade.

2 comentários:

Anónimo disse...

Por isso, é que a vida é um palco! Shakespeare estava certo ao dizer que somos meros actores!Resta saber agora como actuar e aprender a fingir! Ninguém vive sem fingimento!Mesmo qaundo se pensa que se está a dizer a verdade!Estarás tu a dizer a verdade?
O poeta é um fingidor, por isso, estarei eu a dizer a verdade?

Serennablack

ricardo disse...

de poeta e louco todos temos um pouco. logo, se o poeta é um fingidor, nós somos uns fingidos. se também somos loucos, somos poetas loucos. ora somos todos uns fingidos muita malucos. mas se depois de tudo isto, nós ainda conseguirmos ser felizes, para quê chorar?