sábado, dezembro 11, 2004

sala de (des)espera

e é assim: de um momento para o outro, eis-nos perante situações completamente novas. ali estava eu, após uma semana de dores intensas na zona umbilical e uma passagem pela médica de família, na sala de espera do hospital. a triagem foi rápida, deram-me uma cor qualquer (ainda hoje estou para descobrir qual), e mandaram-me esperar. "naquela sala ali. sente-se e espere". a sala estava vazia. eu, a televisão e as paredes nuas. brancas e amarelas. que seca! bem que podiam dar um pouco mais de alegria à sala, mas enfim... é o serviço de saúde que temos. e lá estava ela, em lugar de destaque na parede central, a placa informativa: sala de espera. e eu continuei à espera. dezenas de minutos depois a sala já estava cheia. as dores continuavam, as cenas da política à portuguesa repetiam-se na televisão e eu continuo à espera. alguns minutos depois, revejo a placa informativa com mais pormenor: sala de desespera. o quê? não é que alguém tive a feliz ideia de acrescentar à placa, em local estratégico diga-se a bem da verdade, três letras, escritas a preto e à mão, e que tornaram a sala de espera em sala de desespera. como eu compreendo essas abençoadas mãos! e de repente, ouve-se no altifalante, para que todo o hospital fique a saber: "ricardo, gabinete de cirurgia". gabinete de cirurgia!? ok, eu tenho calma, levanto-me e lá vou eu...

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